O comércio eletrônico brasileiro segue em expansão. As projeções recém-divulgadas pela consultoria italiana Translated de que o Brasil será o 4º maior e-commerce mundial em 2016, atingindo um faturamento de cerca de R$ 45 bilhões, têm animado investidores de todo o mundo. Ao folhear algumas das publicações voltadas para negócios e gestão, é cada vez mais comum encontrar histórias de quem largou tudo no exterior para investir no e-commerce brasileiro. E razões para isso não faltam.
De acordo com pesquisa do e-bit em parceria com o Buscapé, em 2012 as vendas online somaram R$ 22,5 bilhões, o que representa um aumento de R$ 18,1 bilhões em comparação aos R$ 4,4 bilhões registrados em 2006. O impressionante crescimento de 511% ao longo de sete anos pode ser considerado reflexo do poder do setor e de tudo o que ainda vem por aí. A estimativa também dá conta de que atualmente, somos 42 milhões de shoppers, mais que o dobro dos 80 milhões de brasileiros com mais de 18 anos conectados à internet
Mas este cenário não foi construído do dia para a noite. O longo caminho percorrido por empresas para adquirir credibilidade passou pelo processo de se comunicar bem, entregar o que promete e cumprir prazos. A logística persiste desafiando os empreendedores, que não dependem apenas de ações internas e sofrem com obstáculos como estradas em estado lastimável, problemas com fornecedores e defasagem de catálogo.
Da mesma forma, aqueles que estão envolvidos na cadeia aguardam incentivos do governo no que lhe cabe, ao mesmo tempo em que dedicam-se a descobrir soluções para otimizar os gargalos entre os fornecedores. Todavia, as perspectivas realmente animadoras estão contribuindo para que as estratégias em comunicação e o investimento nesta área também se desenvolvam.
Quem tem boca vai... ao Brasil
Neste sentido, tenho escrito aqui, há algum tempo, que um mix de comunicação é o caminho mais eficiente. Porém, o monitoramento de resultados fornecidos por estratégias como o e-mail marketing ainda se mostra a ação com maior sucesso.
Testes como A/B, relatórios, acompanhamento de abandono de carrinho, entre outros feedbacks, auxiliam a direcionar esforços e a desenvolver campanhas mais adequadas e direcionadas a cada perfil.
Podemos citar como tendência o investimento em dois grupos bastante específicos para os próximos anos: os jovens que ainda não fazem parte do mercado de trabalho e costumam fazer suas compras em lojas físicas, e os usuários com idade acima de 50 anos, que estão se familiarizando com a prática.
Um dado curioso, por fim, está no tipo de produto que vêm sendo consumido. Até 2006, os livros, CDs e DVDs eram os campeões de vendas. Nos últimos anos, os eletrodomésticos e eletroeletrônicos assumiram o topo do pódio e as categorias de moda e acessórios que eram pouco expressivas, figurando abaixo da vigésima quinta colocação, subiram para a segunda posição, podendo chegar ao primeiro lugar em datas comemorativas como Dia das Mães e Dia dos Namorados.
Outra meta para quem deseja investir está na aplicação de formas de abordagem cada vez mais específicas, com foco na classe C, que também está aprendendo a utilizar o e-commerce. Metade dos consumidores virtuais pertence à nova classe média, com renda familiar de R$ 3.000,00 por mês.
Em geral, o público está mais exigente em função da experiência adquirida utilizando inclusive as redes sociais para reclamar, buscar informações sobre o produto e consultar preços.
Resumindo, grandes esperanças e expectativas é o que vivemos agora no comércio virtual nacional.
Victor Popper - CEO da All In.